“Ai que bom que o professor de Yoga é zen porque você pode se aproveitar dele e ele não fala nada. Está sempre calmo!” Já ouvi muito dessa frase, me senti uma idiota.
Seria engraçado se não fosse trágico.
Acho engraçado o fato da maioria das pessoas verem professores de Yoga como pessoas calmas, zen, pacíficas e alienadas.
Deixa eu te contar uma história real que aconteceu comigo.
Eu tinha uma parceira de trabalho que sempre estourava os prazos comigo.
E em uma dessas vezes que isso aconteceu, ela me disse:
“Fê, ainda bem que você é do Yoga e compreensiva porque se fosse outra pessoa em seu lugar, já estaria gritando comigo.”
Confesso que senti muita raiva porque parecia que eu era uma imbecil, afinal, ela estava me prejudicando, mas consegui entender a dinâmica. Às vezes, nós debatemos tanto porque insistimos em ter razão ao invés de simplesmente prestar atenção se esse é o tipo de parceria que queremos cultivar.
Eu respirei fundo e respondi, me sentindo uma idiota:
“Seria melhor que eu gritasse porque você dá preferência aos que gritam, esse não é o tipo de parceria que desejo cultivar. Continue priorizando os que gritam e sua vida será cheia deles.”
Acredito que todas as relações quer sejam familiares, quer parcerias profissionais têm algo a nos ensinar, são espelhos que nos mostram sobre nós mesmos.
É importante desenvolver esse olhar e saber reconhecer a hora de partir, mas não como uma fuga e sim após acessar o aprendizado.
Nesse caso, minha parceira me ensinou a olhar para um lugar em mim que não se posicionava e esperava, como num passe de mágica, que ela mudasse de atitude. Ela fez isso muitas vezes até que eu me posicionasse. No meu caso, o posicionamento veio sem gritos, mas nem sempre é assim.
A questão é a seguinte: Nós professores de Yoga somos HUMANOS sim e está tudo bem. Isso não faz de você menos competente como professor de Yoga!
Mas, quero saber de você: Você já foi feito de “idiota” por ser professor de Yoga, terapeuta ou “Zen”?