Se você tem um cordão e faz um nó apertando demais, ele pode arrebentar. Mas se você o deixa muito frouxo, ele não tem serventia alguma. Então é preciso encontrar um caminho do meio, em que ele esteja firme, e ao mesmo tempo leve. Essas são apenas 1 dos fundamentos do Vinyasa Flow Yoga no tapetinho, e principalmente algo que buscamos na vida.
Principais fundamentos do Vinyasa Flow Yoga
Neste texto vou citar alguns dos fundamentos da prática de Vinyasa da forma como eu a abordo:
1) Respiração e movimentos sincronizados:
A respiração carrega o movimento e dita o ritmo e a velocidade da sua prática, e não o contrário. A consciência da respiração é o princípio da vida em si, ela é nosso termômetro, nos tira do automático e nos tráz de volta para o momento presente, e em conexão com a nossa essência.
Se você simplesmente se movimentar sem a consciência da respiração, estará apenas movendo o seu corpo em diferentes formas.
2) Cultivar duas qualidades na execução dos ásanas
Sthira, firmeza e consciência, Sukha, paz interna e facilidade, ou Spanda contração e expansão.
Os dois princípios precisam estar presentes simultaneamente, pois não são forças contrárias que se anulam entre si, e sim complementares que nos levam ao equilíbrio em todos os aspectos do Ser.
3) Fazer da atenção na respiração e alinhamento do corpo, as coisas mais
importantes da prática
Não importa quão desafiador seja um pranayama ou postura, tenha foco na respiração e encontre seu alinhamento, pois assim estará seguro e praticará com qualidade meditativa ao invés de competitiva.
4) Estabilidade (alinhamento) é mais importante que flexibilidade
Yoga não é uma prática para pessoas flexíveis, e sim para todos. Um corpo muito flexível pode se lesionar mais facilmente com o tempo, então primeiro encontre a estabilidade da postura com o alinhamento adequado, e só então vá para a flexibilidade que seu corpo te oferecer em cada momento. Isso previne lesões, e ajuda a se conectar com o propósito maior da prática.
5) Iniciar a prática exatamente na condição que você (praticante) está acomodando suas necessidades, possibilidades e limites
Muitas pessoas me perguntam: O que devo ter para começar a praticar Yoga? Eu digo um corpo e uma vontade de se conhecer. Yoga é uma prática que respeita os limites e condições individuais de cada praticante, então o primeiro passo é começar, o segundo é entender que a prática, embora tenha outras pessoas na sala, é individual, e nunca devemos nos comparar com o outro.
Olhe para dentro de si e já descobrirá um universo imenso.
6) Começar da postura mais simples para a mais complexa
Todos nós quando iniciamos algo na vida, precisamos começar do começo, do primeiro passo que precisa ser o mais simples, e dele vamos aprendendo, e com o tempo encontrando os passos mais complexos com maior facilidade.
7) Cultivar um progresso e evolução na prática em todos os sentidos
Em uma prática dinâmica e muitas vezes desafiadora como o Vinyasa, é muito comum cairmos na armadilha do Ego, e nos perdermos de nós mesmos nos comparando com os outros.
Quando fazemos isso, saímos de nós mesmos e tendemos a olhar para o progresso na prática somente a nível físico, quando na verdade o maior de todos os progressos é o mental, emocional e espiritual, pois esses permitem que a prática continue na vida.
Eu mesma já pratiquei muitos asanas desafiadores com o pé atrás da cabeça, confesso que era muito divertido, mas hoje faço posturas mais simples e sinto um progresso muito maior na minha prática, pois ele é um progresso mental e espiritual, na forma como eu me enxergo e enxergo o mundo a minha volta.
Minha mente é menos reativa e menos ansiosa do que quando eu colocava o pé atrás da cabeça. Mas é claro, eu também era muito mais jovem.
8) Usar modificações das posturas para os diferentes níveis de limite físico
e para prevenir lesões
Conheça o seu corpo e as limitações dos alunos, e sempre ofereça modificações e variações das posturas, pois isso inclui a todos. Eu mesma fico apenas nas modificações e variações em muitas posturas que já não conversam com o meu corpo e minha prática.
9) Ter uma intenção clara para a prática
Isso dá um direcionamento energético para a prática pois beneficia tanto o professor que pode escolher as sequências para trabalharem a favor do tema, quanto para os alunos que ficarão mais focados no momento presente.
10) Praticar para o corpo, mente, emoções e espírito
Os temas, pranayamas, mudras e outra ferramentas ajudam a trazer a prática para os níveis mais sutis além do corpo.
11) Terminar a prática com uma resolução de como trazer esses ensinamentos para o Vinyasa da vida
Isso ajuda a manter o estado de Yoga após a aula acabar, e levar os ensinamentos para o Vinyasa da vida e todas as posturas que ele nos trouxer.
12) Tornar a prática uma experiência de conexão que vai além do corpo e além do tapetinho
Tenho uma lista gigante dos fundamentos da prática de Vinyasa, mas esses são os que não podem faltar. Há muita confusão por aí pelo fato do Vinyasa não ser uma prática de posturas fixas. Mas existem fundamentos a serem seguidos, Vinyasa não é apenas uma prática que parece uma dança, com sequências de posturas escolhidas porque são bonitas.
Ao contrário, a sequência das posturas é escolhida com um propósito específico, onde a postura anterior cria espaço no seu corpo físico, mental e espiritual para as posturas posteriores, mas tudo de forma progressiva e com variações que acomodem os diferentes tipos de necessidades.
Acreditem, o maior desafio não são as posturas em si, e sim manter um fluxo respiratório equânime diante de qualquer postura. Isso nos ajuda a ter centramento na vida, para quando ela nos trouxer situações adversas, possamos manter o fluxo equânime e responder da melhor forma possível.
Se quiseres saber mais sobre o Vinyasa Flow Yoga, tenho vários conteúdos no canal do Youtube que disponibilizo gratuitamente. Deixa teus comentários, e se gostar, curte e compartilha os conteúdos com os amigos.
Boas práticas, e Namastê!