Autoconhecimento não é apenas sobre vir para dentro e ficar lá, mas é sobre vir para dentro e agir para fora de forma mais consciente do papel que temos no mundo. É também sobre protagonismo e responsabilidade.
Fiquei refletindo muito sobre meu papel e responsabilidade em relação às questões raciais. E como o autoconhecimento se encaixa nesse cenário.
Primordialmente, o autoconhecimento me trouxe uma consciência de integralidade de união, tanto eu comigo, quanto com as outras pessoas.
Através as ferramentas do autoconhecimento que tive o privilégio de ter acesso, posso enxergar a humanidade como uma grande irmandade.
Na noite de quinta, saber que mais um irmão morreu vítima de racismo é uma dor que me gera um incômodo profundo.
O que eu posso fazer? Como posso ser contribuição? O que isso tem a ver comigo e com todos nós?
A primeira coisa que me veio é: enquanto um não for livre ninguém o será.
Comecei iniciando as conversas desconfortáveis em família.
Estava falando com meus pais e Fabrício sobre o porquê eu acredito que não devemos fazer compras no Carrefour.
Não basta os diretores se pronunciarem, dizendo o quanto lamentam o ocorrido.
Minha intenção não é quebrar o Carrefour, até porque a maioria dos seus colaboradores não tem nada a ver com isso.
Mas acredito que é sim uma das formas de pressionarmos para que algo mude e que as grandes instituições comecem a investir em ações que vão muito além de seu faturamento.
Sei que entrar nesses assuntos é desconfortável, mas não basta se dizer não racista.
Julgo ser importante agir até que nenhum João Alberto, Floyd e tantos outros tenham que sangrar até a morte. Isso precisa acabar aqui.
Mas o que aprender sobre si próprio tem a ver com isso?
Ao contrário do que se pensa, o autoconhecimento muda o mundo porque despertamos para nosso papel na sociedade, na política e na economia.
Desse modo, assumimos o protagonismo e nos libertamos do vitimismo que nos torna “reclamadores de sofá” ou “ativistas apenas nas redes sociais”, olhar para si não é esquecer o mundo porque o mundo está em nós.
Nas minhas células pulsam a dor dos muitos Floyds e João Albertos que morrem a cada 12 minutos.
Para mudarmos o mundo de verdade precisamos começar com o primeiro passo, e de verdade eu acredito que esse primeiro grande passo é mudar nossas atitudes e abrir espaço para esses diálogos dentro das nossas casas.
Experiente abrir, diálogo, escutar, expandir teus pontos de vista para chegar em ações que contribuíam e gerem a transformação que estando buscando.
Nós somos muitos.
E você comete em que fase você está nisso tudo?
O que mais podemos fazer enquanto sociedade para contribuir?
Enquanto essas coisas continuarem acontecendo todos nós somos responsáveis de alguma forma.
Mesmo quando nos calamos e fingimos que não é na nossa casa.
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